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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CASO DANIEL: Exumação mobiliza jornalistas em Itatira

Graças a avanços nas técnicas de análise DNA o mistério do corpo de Francisco Daniel Alves Prado, atribuido a criança no cemitério São Miguel, em Itatira, há 216 quilômetros de Fortaleza, pode ser solucionado. A exumação será feita. A informação foi passada pelo tio da criança, Vanderi Alves Amorim. De acordo ele, a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), pediu a presença de Maria Laura Alves Prado e Francisco Evaldo Silva Prado, pais de Daniel, na sede da Dececa em Fortaleza nesta segunda-feira, dia 14, para coleta de sangue destinado a comparação com o material a ser retirado do cemitério. O tio não soube informar o horário do procedimento nem qual Instituto realizará o exame. "Em Fortaleza fomos orientados a irmos na proxima semana diretamente para Dececa", diz Vanderi Alves.

A exumação, marcada para quinta-feira, dia 17, está mobilizando um batalhão de jornalistas para o cemitério São Miguel, no distrito de Lagoa do Mato, onde o corpo atribuido a criança está sepultado. A delegada da Dececa, Ivana Timbó, acompanhará junto com inspetores e escrivães a exumação. Em razão da polêmica causada, um esquema de segurança é montado para evitar a presença de curiosos e imprensa dentro da área onde será coletado o material. A Dececa foi quem deu a ordem para a exumação e também para que o material fosse levado para a capital. A taxa de insucesso nos diagnósticos é pequena. O material coletado pode ser considerado pelos médicos como 99% geneticamente compatível com os de Maria Laura e Francisco Evaldo.


A Dececa afirma que já possui uma linha de investigação para encontrar Daniel caso o corpo no cemitério não seja do garoto. "Caso seja negativo, o resultado inusitado irá ocasionar outra linha de investigação para penalizar os culpados que solicitaram os documentos do garoto falecido", diz Ivana Timbó.

A mãe de Daniel, Maria Laura Alves Prado, falou a respeito da exumação e disse que independente do resultado as investigações do jovem visto em Araçoiaba da Serra, no interior de São Paulo, não devem parar. "Mesmo que seja o Daniel quem esteja enterrado aqui, alguém ligou pedindo a certidão de nascimento de meu filho e quero que os culpados sejam punidos", disse dona Laura.De acordo com ela, a delegada da Dececa, , informou que "todos os orgãos envolvidos estão empenhados em solucionar o caso”, disse dona Laura com um sorriso no rosto e acrescentando que ainda está na esperança de que Daniel já possa ter sido encontrado e que o garoto no Sudeste brasileiro seja mesmo seu filho.

Com a ajuda da tecnologia de ponta em exames, a delegada da Dececa espera resolver parte do mistério ao menos relativo ao corpo que se encontra na cidade. "A exumação é extremamente importante para resolver de vez a dúvida da familia sobre o corpo entregue pelo hospital", diz a delegada Ivana Timbó.
Caso Daniel

Francisco Daniel Alves Prado nasceu, sem complicações, em 29 de março de 1995. Em 29 de setembro de 1999, ele sofreu queimaduras provocadas pela explosão de uma bomba numa oficina da sua cidade, o municipio de Itatira, situado no Sertão Central cearense. Chegou a ser levado para um hospital local, mas encaminhado para o Hospital São Francisco, em Canindé, há 80 quilômetros de Itatira. Ao ser levado para a unidade de emergência do hospital, Daniel foi submetido a análises que revelaram que ele precisava ser transferido para o Instituto José Frota, em Fortaleza.

No dia 8 de outubro daquele ano, horas após a cirurgia, os pais de Daniel ouviram de médicos e enfermeiras que ele não sobreviveu. Durante o velório em sua terra natal, Maria Laura e Francisco Evaldo descobriram que o corpo entregue pelo hospital estava excessivamente inchado e maior. A familia passou a acreditar que Daniel pudesse ter sido raptado do Hospital. "Me lembro que Daniel ficou falando quando sai da sala. Fui ver meu esposo e em menos de 10 minutos voltei e me disseram que Daniel estava morto. Eu não me conformei, pois ele estava consciente e normal quando sai", diz a mãe.

Onze anos depois, no dia 3 de janeiro de 2011, depois de receber um telefone de uma manicure que se apresentou como Elaine Cristina Borges, de Araçoiaba da Serra, no Estado de São Paulo, os pais descobriram que o corpo enterrado pode não ser de seu filho. "Eles pediram a certidão de nascimento de meu filho e disseram que encontraram um jovem com o mesmo nome, mesmo pais, mesma cidade de origem e data de nascimento idêntica a de Daniel. Esse jovem estava com um caminhoneiro chamado Ivan Prado", diz Vanderi Alves Amorim, tio de Daniel.

"Afirmaram ainda que ele tinha ferimentos no corpo, como bolhas, provocadas por algum de tipo de alergia". Pelas caracteristicas passadas pela manicure paulista, o jovem de Araçoiaba da Serra, hoje com 15 anos, foi reconhecido pela familia como sendo Daniel. O caminhoneiro então fugiu levando o rapaz.

O caso gerou indignação no Ceará e no resto do país. A Dececa abriu uma investigação, e os envolvidos foram convocados para prestar depoimentos.

A promotora do Fórum de Itatira, Candice Lucena Dutra de Almeida, disse que enviou no dia 7, a documentação referente ao caso de Daniel para o Fórum de Sorocaba, no interior de São Paulo, comarca que abriga o município de Araçoiaba da Serra, onde Daniel teria sido visto. De acordo com a promotora também foram enviados documentos para o Fórum de Fortaleza. No dia 8, inspetores da Dececa estiveram em Itatira ouvindo o depoimento de Antonio Geni Lobo Menezes, a chefe do Cartório de Registro Civil do distrito, localizado na rua Trajano Honorato que recebeu atendeu a ligação de Cristina. Antonia Geni disse que "eles fizeram perguntas", sem querer passar o teor da conversa.

Exumação

Uma exumação ocorre geralmente pela necessidade de liberar gavetas nos jazigos para novos sepultamentos ou pela mudança de cemitério. No caso Daniel, o motivo é ordem judicial. De acordo com a leia, as exumações podem ser realizadas somente após 3 anos do sepultamento, mas no caso de exumações com ordem judicial esse procedimento não é necessário. São averiguardos, ossos, dentes e outros materiais exumados. Os exames sempre dependem do estado de preservação do material fornecido. A exumação deve ser realizada por um médico legista, devidamente autorizado e acompanhado de representantes legais que atestarão ter presenciado a exumação no referido cemitério, da referida sepultura, etc.

O material selecionado (dentes, mandíbula, costelas, esterno, clavícula, ilíaco e/ou fêmur) deverá ser entregue diretamente na sede do instituto que realizará o exame, acondicionado adequadamente e lacrado. O prazo para a entrega do laudo final é de aproximadamente 120 (cento e vinte) dias. Após a etapa inicial que é a extração do DNA no material exumado no laboratório é iniciada a segunda etapa da perícia, que consiste no estudo comparativo entre o DNA obtido de Daniel e o DNA extraído de amostras de sangue e/ou células bucais dos pais da criança.
(Com informações do radialista Claudio Martins - Locutor)
• Itatira Notícias •

Um comentário:

  1. A Genomic realiza esse tipo de exame há 20 anos no Brsil, esperamos que a equipe que pegar o material faça um bom trabalho de reconhecimento.
    Nós da Genomic desejamos toda sorte do mundo a família, e nos colocamos a disposição dos mesmos para qualquer tipo de dúvidas sobre o exame.

    www.genomic.com.br
    joao@genomic.com.br
    (11) 3288-1188

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