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quinta-feira, 24 de junho de 2010

• FORTALEZA: BALANÇO DOS DANOS - Terminais foram prejudicados

Passageiros não conseguiam chegar ao destino ou esperavam horas para se deslocar pela Cidade

A decisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que considerou abusiva a greve dos motoristas, cobradores e fiscais, não diminuíram os transtornos para os usuários. Boa parte dos terminais sentiram os reflexos das paralisações ocorridas, ontem, em Parangaba e no Centro da C idade.

O que aconteceu no fim da manhã de terça-feira passada acabou se antecipando para as primeiras horas de ontem no Terminal de Parangaba e foi se alastrando ao longo da manhã pelo Centro. Tratava-se da abordagem aos motoristas que circulavam nessas áreas, interrompendo os trajetos.

Essa situação refletiu nos terminais de integração. Um exemplo é o de Antônio Bezerra, o segundo maior da Capital em movimento de passageiros. Até as 8 horas, eram poucos os veículos que faziam linhas para os terminais de Parangaba e Lagoa. Segundo o gerente de Operações da Etufor, para os setores de Antônio Bezerra, Conjunto Ceará e Centro, Américo Pimentel, a ação dos militantes em interromper os ônibus no horário de pico foi ainda mais complicada do que na terça-feira.

Ele lembrou que as linhas mais afetadas foram as de Antônio Bezerra/Messejana, afora aquelas que são atendidas pelas empresas São José de Ribamar e Vega. Ambas, sendo a última através da garagem instalada na Jacarecanga, tiveram seus veículos retidos e só aos poucos foram liberados.

"O que tem acontecido é que a ordem judicial foi descumprida e, por mais um dia, os usuários foram prejudicados", afirmou Pimentel. Ele disse que também se tentou remanejar veículos de outras empresas, a fim de atenuar os desconfortos causados à população.

No Terminal de Papicu, a coordenadora Frankea Leite disse que o maior prejuízo foram para as linhas de maior demanda, como Grande Circular e Paranjana. O movimento foi lento durante o horário de pico, mas depois voltou a se normalizar, até sofrer novamente com as paralisações ocorridas no Centro da Cidade.

Mesmo com o status de "greve abusiva", como anunciou a Justiça do Trabalho, o começo do dia foi de angústia para a auxiliar financeira Patrícia Guimarães, 29 anos. Residente no Papicu, ela levou mais de uma hora para sair do terminal até chegar à Avenida 13 de Maio.

"Geralmente, fazia esse deslocamento em 20 minutos. Agora, a situação está caótica e fugiu ao controle até do poder público", afirmou Patrícia.

Ansiedade

Igualmente ansiosa para chegar ao local de trabalho, estava a vendedora Daniela Santos do Amaral, 34 anos. Ela, que reside na Barra do Ceará, estava até as 7h45 ainda no Terminal de Antônio Bezerra, no aguardo para chegar ao seu destino, na Avenida Aguanambi.

"Eu começo a trabalhar sempre às 8 horas. E às vezes chego às 10 horas. Tem havido muita compreensão e tolerância por parte do meu supervisor, mas é uma situação que tem limite", disse Daniela. Ela conta que o retorno para a casa é também sofrido, tendo que apanhar até duas vans no começo da noite.

Já para a estudante Doralice de Sousa Bezerra, 19 anos, o temor maior é com relação às surpresas que vêm ocorrendo, com militantes invadindo os ônibus e retirando as chaves dos veículos. Ela lembra que transporta sempre o dinheiro da passagem e interromper a viagem é muito traumático.

"Cada dia tem sido pior do que o outro nesses 16 dias de greve. Toda manhã, penso não apenas em chegar à minha escola, no bairro de Fátima, como também em retornar para a casa", afirmou. Situação semelhante enfrentou a dona-de-casa Maria Rita Pinheiro, 35, que precisava chegar ao médico às 8 horas e já eram 10h30 e ainda não havia conseguido chegar ao consultório médico.

Os dados parciais da Empresa de Transporte Urbano (Etufor) davam conta que, às 3h30, 70% da frota estava parada. Às 6h43, o número diminuiu para 53%. Entre 7h10 e 9h, 51% dos coletivos já estavam nas ruas.


Fonte: Diário do Nordeste

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