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quinta-feira, 24 de junho de 2010

• CHUVAS NO NORDESTE: Nelson Jobim compara região com o Haiti

Para o ministro da Defesa, a situação em Pernambuco é semelhante à do Haiti após o terremoto

Brasília. Depois de sobrevoar municípios de Pernambuco arrasados pela chuva, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que só viu situação semelhante no Haiti, devastado por um terremoto em janeiro deste ano. Segundo o ministro, será necessário coordenar as estratégias para evitar problemas posteriores, como a má distribuição de donativos e o atraso das obras de reconstrução.

"Houve uma precipitação de água inacreditável em termos de derrubadas de pontes, casas, principalmente perto dos rios. O que temos de fazer neste momento é trabalhar na administração da solidariedade´´, afirmou o ministro.

O governo federal estabeleceu um plano de metas para ajudar no suporte às vítimas e na reconstrução das cidades. De acordo com Jobim, a prioridade no momento é o atendimento à população. Para isso, o Ministério da Defesa e o Exército montaram um esquema de logística.

"Primeiro, devemos localizar os desaparecidos. O próximo passo é a remoção das pessoas isoladas. Para isso, devem ser preparadas habitações provisórias, como espaços coletivos e barracas, com distribuição de alimentos de consumo imediato´´, disse Jobim.

Segundo a Defesa Civil de Pernambuco, além das mortes há ainda registro de mais de 40 mil pessoas fora de suas casas, sendo 24.552 desalojados - estão em casas de amigos e parentes- e outros 17.808 desabrigados, ou seja, dependem de abrigos públicos.

Já em Alagoas, outro estado atingido pelas fortes chuvas, os temporais provocaram 29 mortes e fizeram com que 64.515 pessoas deixassem suas casas. Dessas, 26,6 mil estão desabrigadas e 47,8 mil desalojadas. Ao todo, 17 decretaram estado de emergência e 15 de calamidade pública.

Cerca de mil militares já estão trabalhando em Pernambuco e, pouco mais de 300, em Alagoas. "Vamos colocar à disposição toda a estrutura de logística e de trabalho das Forças Armadas. O problema não é a quantidade de militares, mas ter uma grande estrutura de coordenação nos níveis estaduais, municipais e federal´´, afirmou o ministro. Além do amparo à população, as Forças Armadas auxiliam na reconstrução da infraestrutura das cidades. Um hospital de campanha do Exército chegou ontem a Recife e foi instalado no município de Barreiros.

Verba para estradas

O Ministério dos Transportes liberou R$ 72 milhões para a realização de obras emergenciais para recuperar estradas e pontes afetadas pelas chuvas em Pernambuco e Alagoas.

Ainda na BR-101, em Alagoas, a cabeceira de duas pontes sobre o rio Mundaú ruiu, devido à força das águas. O tráfego está interrompido, com desvio pela BR-316/AL. Há problema ainda na divisa entre AL e PE, onde outra ponte da BR-101, sobre o rio Jacuípe, está com a cabeceira comprometida, devido ao processo erosivo decorrente das chuvas. O Ministério vai disponibilizar duas pontes móveis que serão decompostas em módulos para atendimento às demandas. Essas pontes devem ajudar o acesso para as cidades afetadas.

Auxílio

"O que temos que fazer neste momento é trabalhar na administração da solidariedade"
Nelson Jobim
Ministro da Defesa, que sobrevoou a região atingida em Pernambuco

MAIS INFORMAÇÕES:
A CRUZ VERMELHA em Fortaleza está recebendo doações para os desabrigados. Rua José Lourenço, 3280, Joaquim Távora.

SOLIDARIEDADE

EUA e OEA oferecem ajuda às vítimas

Brasília.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo dos Estados Unidos anunciaram ontem que vão ajudar as vítimas das chuvas em Alagoas e Pernambuco.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, disse que está pronto para cooperar com o que for necessário. Já o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, informou que o país enviará US$ 50 mil em ajuda humanitária.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e o Escritório de Assistência a Desastres no Exterior da Usaid são os responsáveis pela doação dos recursos, no caso norte-americano.

"Nossos pensamentos e orações estão com as famílias afetadas por esse desastre natural. Nossa contribuição é um ato de solidariedade com o Brasil", disse Shannon. Insulza enviou uma carta ao Brasil em solidariedade. "Mais uma vez, infelizmente, a fúria da natureza se voltou contra o nosso continente, e desta vez o sofrimento atingiu as regiões no Nordeste do Brasil", lamentou.

Fonte? Diário do Nordeste

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