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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Moradores de Nova Friburgo enviam mensagens de esperança para vítimas da tragédia na região serrana

Evelyn Moraes / R7
Nova Friburgo ainda recebe doações após um mês da tragédia na região serrana
“Juntos por uma Nova Friburgo”, “unidos para a reconstrução”, “a esperança nunca pode acabar”, “Jesus está conosco”, “força sempre”. Estas são algumas das mensagens que os friburguenses passam para os moradores do município mais atingido pelo forte temporal do dia 11 de janeiro após um mês da tragédia. O olhar sobre a cidade mudou. A população volta a sorrir. A lição que ficou após os dias de muita tristeza é de união e solidariedade.

Neste sábado (12), Nova Friburgo vai prestar uma homenagem às vítimas da tragédia. Os moradores farão um minuto de silêncio, ao meio-dia, em respeito às famílias que perderam parentes após a enchente. Às 10h, haverá um culto religioso na escadaria do Teatro Municipal, na Praça do Suspiro. Às 11h, balões de gás com os nomes das vítimas da catástrofe serão soltos.

Quem não foi diretamente atingido pela forte chuva aproveita para agradecer. A aposentada Maria Eunice Dias da Costa, de 82 anos, moradora de Conselheiro Paulino, lembra da noite da chuva e diz que nunca mais se vai esquecer daquele momento.

- No dia da tragédia, minha família estava em casa. Ouvíamos muitos relâmpagos, trovões, ouvíamos gritos, pessoas pedindo socorro. Foi um desespero tão grande que parecia que o mundo estava acabando. Nós conseguimos salvar a minha neta que é doente e não consegue andar sozinha, e a levamos para a casa de um vizinho, onde não alagou. Eu fiquei tão tonta, que caí no chão. Mas, graças a Deus, não perdemos ninguém.

Doações continuam chegando à cidade

As doações continuam chegando de todos os lugares. Os moradores dos bairros onde o abastecimento de água não foi normalizado ainda recebem água potável.

O município recebeu na semana passada um caminhão equipado com cinco consultórios e um ambulatório, patrocinado por uma empresa privada, que conta com uma equipe de quatro médicos (clínicos gerais e pediatras), cinco enfermeiros, oito técnicos de enfermagem e quatro agentes de endemias, para a realização de consultas gratuitas.

A carreta está preparada para realizar mais de 150 atendimentos diários, inclusive vacinando a população contra o tétano e a difteria.

A jornalista Laila Benchimol, de 25 anos, moradora do Rio de Janeiro, arrecadou R$ 850 com um grupo de amigos através de divulgação em redes sociais na internet. Com o dinheiro, ela comprou água, fraldas e material de higiene para doar.

- Eu resolvi tomar esta iniciativa, porque vi que muitos amigos queriam doar e não sabiam como. Então, divulguei em várias redes sociais e consegui arrecadar o dinheiro.

Assista ao vídeo com mensagens de esperança:


Tragédia das chuvas

Um forte temporal atingiu a região serrana do Estado do Rio de Janeiro entre a noite de 11 de janeiro e a manhã do dia seguinte. Choveu em 24 horas o esperado para o mês inteiro e o resultado foi a maior tragédia climática registrada no país, segundo especialistas de várias áreas.

Deslizamentos de terra e enchentes mataram mais de 800 pessoas e deixaram mais de 400 desaparecidas. Cerca de 30 mil sobreviventes ficaram desalojados ou desabrigados. Escolas, ginásios esportivos e igrejas viraram abrigos. Hospitais ficaram cheios de feridos na primeira semana; estando a maioria já recuperada. Cerca de 15 dias depois da catástrofe, doenças como leptospirose (provocada pelo contato com a urina de rato) começaram a assolar a população. Autoridades então passaram a monitorar casos confirmados e pacientes suspeitos, além de educar o povo em relação à prevenção.

As cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Areal foram as mais afetadas e decretaram estado de calamidade pública. Serviços como água, luz e telefone foram interrompidos, estradas foram interditadas, pontes caíram e bairros ficaram isolados durante alguns dias.

Veja algumas fotos

Vídeos revelam detalhes

As três esferas de governo se uniram para ajudar as vítimas e reconstruir as cidades. No dia 14 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff liberou R$ 100 milhões para ações de socorro e assistência. Além disso, o governo federal anunciou a antecipação do Bolsa Família para os 20 mil inscritos no programa em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. No dia 27 do mesmo mês, a presidente esteve no Rio e anunciou a entrega de 8.000 casas para desabrigados.

A ajuda também veio através de doações. Pessoas de diversos estados e países se comoveram com a tragédia e enviaram principalmente dinheiro, roupas, alimentos, remédios, água e colchões. Em fevereiro, as maiores necessidades, de acordo com as prefeituras dos municípios afetados, são material de limpeza, material de higiene pessoal e material descartável (como copos e fraldas).

Os animais que perderam seus donos e conseguiram sobreviver não foram esquecidos pela corrente de solidariedade. Entidades de defesa dos animais e pet shops organizaram feira de adoções. Centenas de cães e gatos ganharam novos lares e há até fila de espera de pessoas interessadas em cuidar dos bichinhos.

Veja fotos de antes e depois das cidades atingidas pelas chuvas A
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