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quarta-feira, 16 de junho de 2010

• NO CEARÁ: Escorpiões ainda matam

Alerta no estado: o número de acidentes envolvendo esse vetor tem crescido cerca de 540% nos últimos sete anos. Fortaleza e Sobral são os que registram maior ocorrência

Ministério da Saúde e Sesa capacitam técnicos para frear os acidentes provocados por veneno de animais

No Ceará, ocorrem pelo menos três óbitos por ano decorrentes de veneno de escorpiões, apesar da espécie mais comum no Estado não ser considerada entre as que possuem maior toxicidade. Além disso, o número de acidentes com esse vetor tem crescido cerca de 540% nos últimos sete anos. Fortaleza e Sobram lideram o ranking dos municípios com maior ocorrência.

Para frear a proliferação desses animais, principalmente em áreas urbanas, o Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado promovem, desde a segunda-feira passada até a próxima sexta-feira, capacitação para controle e manejo de escorpiões para profissionais de vigilância em saúde e centros de controle de zoonoses.

O treinamento acontece, nos dois turnos do dia, no Hotel Mareiro, reunindo técnicos das 21 Coordenadorias Regionais de Saúde (Cres) e dos 11 centros de controle de zoonoses do Estado do Ceará.

O responsável pelo Grupo Técnico de Animais Peçonhentos, mantido pelo Ministério da Saúde, Daniel Sifuentes, explica que o objetivo é capacitar os profissionais, especialmente, em manter o controle epidemiológico. Ele ressalta que as estatísticas de acidentes e o crescimento dos ataques dos escorpiões entre os vetores mais peçonhentos motivou o Governo Federal a reagir com investindo na prevenção.

A espécie mais comum no Ceará é o "titus stigmurus", também conhecido como "escorpião amarelo". A disseminação tem sido explicada por ser um inseto que não necessita do macho para a procriação e tem encontrado condições favoráveis nos centros urbanos. Tanto assim, que Fortaleza e Sobral aparecem como as localidades onde há mais vítimas.

"Houve um desequilíbrio na proliferação, que também se favoreceu no aumento de seu alimento, que são as baratas e a inexistência, no meio urbano, de seu depredador, que são as corujas, sapos e calangos", afirmou o técnico do MS.

O treinamento consiste em identificar as áreas onde os bichos podem ser localizados, informar sobre a forma de prevenção e esclarecer sobre os primeiros procedimentos que devem ser tomados após os acidentes.

Segundo a responsável técnica do Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Verdiane de Araújo, a capacitação está reunindo cerca de 30 participantes, entre coordenadores dos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) e as Regionais da Sesa. "No caso de vítimas, deve se tomar o soro anti-aracnídeo, que se encontram disponível em todas as Regionais", salientou.

O acidente geralmente ocorre no momento em que a pessoa encosta a mão, o pé ou outra parte do corpo no animal. Os grupos mais expostos são os de pessoas que atuam na construção civil, assim como crianças e donas de casa.

PREVENÇÃO

Verifique cuidadosamente calçados, roupas, toalhas e roupas de cama antes de usá-los
Limpe periodicamente ralos de banheiros, cozinhas e caixas de gordura
Mantenha camas e berços afastados, no mínimo, 10 cm da parede
Evite que lençóis e outras peças, como cobertores, toquem o chão
Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões
Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques
O EVENTO ocorre, geralmente, quando a pessoa encosta a mão ou o pé no escorpião. Por isso, fique bastante atento

Fonte: Sesa

INTOXICAÇÃO POR VENENO

IJF atendeu 739 pacientes em 2009

O Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), mantido pelo Instituto José Frota (IJF)registrou no ano passado 739 casos em Fortaleza. Em 2008, foram 690. Isso não se leva em conta os casos que não chegam àquele hospital de referência.

Segundo o farmacêutico do Ceatox, Joaquim Gonçalves Neto, o Centro presta esclarecimento à população e aos profissionais de saúde sobre casos de intoxicação por veneno. "Temos todo um suporte que ajuda os profissionais, informando sobre as formas de procedimento para evitar maiores complicações pelo envenenamento".

Para tanto, o Ceatox mantém, 24 horas por dia, um plantonista que orienta, pelo telefone 3255.5050, o que fazer em casos de vítimas de escorpiões ou outros animais peçonhentos.

"Não queremos criar um pânico na população e, muito menos, minimizar a gravidade do problema. Mas uma consulta por telefone pode ser muito mais eficaz do que deslocar um paciente do Interior".

FONTE: Diário do Nordeste

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