Cerca de 500 motoristas de ambulâncias, vindos do Interior para a Capital cearense, enfrentam o grave problema de acesso a estacionamentos nos hospitais públicos. Sem a disponibilidade do espaço, os condutores denunciam a situação precária do trabalho, mantido sem qualquer estrutura e apoio.
Os motoristas relatam que, ao chegarem com os pacientes de urgência, sempre esbarram no dilema da falta de vagas. Eles precisam aguardar o término das consultas e retornar imediatamente ao Interior. Só que apenas um hospital em Fortaleza oferece estacionamento e segurança, o Instituto Dr. José Frota. As demais unidades, como os hospitais César Cals e Albert Sabin, não dispõem do espaço para as ambulâncias do Interior.
O representante dos motoristas, Orleans Gomes, destaca que o trabalho se torna desgastante por conta da dificuldade. Ele explica que os condutores viajam de madrugada, cerca de quatro horas, com pacientes debilitados. Após enfrentar as dificuldades da estrada, precisam aguardar a consulta por, no mínimo, três horas. Enquanto isso, necessitam ficar atentos ao retorno do paciente para casa, imediatamente após a liberação dada pelo médico.
"Nesse intervalo, que deveriam estar descansando, os motoristas estão na luta por uma vaga para estacionar as ambulâncias. Ao mesmo tempo, preocupados em avisar os pacientes onde estão", detalha.
A maior preocupação da categoria diz respeito ao desgate físico, já que não há hora para parar nem condições de descanso. Isso tem refletido no aumento do risco de acidente de trânsito nas estradas. Gomes admite que, por três vezes consecutivas, já cochilou ao volante. "Alguns estão pagando do próprio bolso estacionamento particular", indigna-se.
Sem apoio
O diretor de Trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC), Carlos Henrique, não apoia a categoria, apesar de reconhecer a necessidade de estacionamento para as ambulâncias. "A quantidade desse veículos é grande, e a responsabilidade do hospital é permitir a entrada rápida dos transportes que trazem pacientes de urgência. Já o estacionamento para espera é outra situação, deixa de ser urgência e deslocamento".
Fonte: R7
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