
Fortaleza/Rio Após registrar o maior índice do País no mês passado, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) de Fortaleza desacelerou e apresentou variação de 0,29% em junho, uma redução de 0,95 pontos percentuais, a mais acentuada dentre as capitais pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Assim, a Capital cearense cai da primeira para a sexta posição no ranking da inflação medida pelo índice no período.
Principal grupo responsável pelo elevado índice registrado em maio, os Alimentos e Bebidas, desta vez, foram fundamentais para a desaceleração assinalada em Fortaleza, já que sofreram queda de 0,51% no intervalo da pesquisa.
Entre os principais itens que tiveram redução de preços, estão o maracujá (-23,95%), a laranja-pêra (-16,72%), a batata-inglesa (-14,77%), o tomate (-13,72%), a uva (-13,48%) e a cenoura (-12,69%). Outro alimento fundamental da cesta básica e que contribuiu para a desaceleração foi o feijão (-5,90%).
Para a economista Eloísa Bezerra, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), os alimentos reagiram positivamente este mês devido à incidência de chuva nas regiões produtoras, o que ajudou na maturação da safra. "Quando começou a chover nas zonas produtoras, houve entrada de safra, pouca, mas entrou. Não é à toa que o preço caiu, ajudado pela continuidade da queda do tomate, que tem peso no índice de alimentos. A desaceleração só não foi maior, porque alimentação fora de casa continua alta", explica a economista.
E de fato a alimentação fora do domicílio segue bastante onerosa ao bolso do consumidor fortalezense, já que acelerou 1,39% neste mês.
De acordo com Eloísa Bezerra, o comportamento de queda do IPCA-15 deve se manter no mês de julho. "Eu acredito que Fortaleza deve manter uma trajetória de desaceleração no próximo mês, porque ainda há safra para ser colhida. Não que isso vá tornar o índice negativo, mas ainda pode haver uma boa redução", prevê.
No País
A inflação medida pelo IPCA-15 ficou em 0,19% em junho, no País, ante 0,63% em maio, segundo o IBGE. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas (0,11% a 0,32%), mas levemente acima da mediana de 0,17%. O IPCA-E (acumulado do IPCA-15) fechou o primeiro semestre com alta de 3,35%. Em Fortaleza, o índice acumula elevação de 3,37% no ano. Em 12 meses, a variação do IPCA-15 brasileiro é de 5,06%. Assim como na Capital cearense, o grupo dos alimentos e bebidas registrou queda, mas de 0,42% no IPCA-15 de junho, ante uma alta de 1,00% em maio. De acordo com o documento de divulgação da pesquisa, alguns alimentos "ficaram bem mais baratos", como tomate (de -11,08% em maio para -16,30% em junho), batata inglesa (de 17,83% para -11,06%), açúcar cristal (de -2,71% para -11,76%) e refinado (de -0,22% para -9,49%) e feijão carioca (de 31,75% para 6,66%). Apesar da queda de vários itens do grupo, a refeição fora teve aumento de 0,95% em junho, repetindo a variação registrada em maio, e ficou com a maior contribuição para o IPCA-15 no mês, de 0,04 ponto porcentual. O grupo dos não alimentícios desacelerou o ritmo de alta para 0,37% em junho, ante 0,52% em maio. A pesquisa destaca que o litro do etanol (de -2,87% em maio para -7,59% em junho) "ficou ainda mais barato", influenciando os preços da gasolina (de 0,45% para -0,69%). Ainda apresentaram menor ritmo de crescimento de maio, os remédios (de 2,14% para 0,84%).
Fonte: Diário do Nordeste
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